sábado, 8 de agosto de 2009

ÒRÌSÀS DA NAÇÃO IJEXÁ

Orixás da Nação Ijexá

Bará

Este é o Orixá saudado em primeiro lugar em todos terreiros de nação Africana; sem bará não se faz nada, é o principio e o fim de tudo. Bará é o dono das encruzilhadas, dono das porteiras, de todas as chaves e de todos os caminhos, se estiver atrapalhado, precisando de ajuda para obter um emprego ou realizar qualquer tipo de negócios este é o Orixá que pode te dar a solução. É o primeiro a receber oferendas, antes de qualquer outro orixá, o bará é insubstituível, em qualquer situação temos que chegar até ele.

No Rio Grande de Sul, cultuamos:
BARÁ LODÊ - que tem seu assentamento feito do lado de fora do terreiro, junto com Ogum Avagãm.
BARÁ ADAGUE - trabalha nas encruzilhadas, seu assentamento é feito dentro dos terreiros; é um dos mais requisitados, faz a frente dos Orixás: Ogum, oiá, xangô, ode, otim, oba, ossae e xapanã.
BARÁ LANÃ - trabalha também nos cruzeiros, tem as mesmas funções do bará adague, responde também nos cruzeiros de mato.
BARÁ AJELÚ - este é o bará dos orixás de água como oxum iemanjá e oxala, além do epô usa-se mel nas sua oferendas, trabalha de acordo com ogum adiola.

Bará é Deus de todo e qualquer movimento, é ele quem faz a ligação entre o homem e os demais Orixás, é o mais humanos de todos, pois é o que está mais próximos de nós, está em toda parte dia e noite, se tens algum projeto na sua vida e quer que tudo corra bem, agrade este orixá. A cor de bará é o vermelho seu dia da semana é segunda-feira.

Ogum

Deus guerreiro, senhor da guerra, dono do ferro e todos os seus derivados, senhor de todas as armas, dono da faca e da bebida de álcool, é o legítimo esposo de Iansã', que o traiu com o rival xangô. Para vencer demandas tem que se agarrar com ogum, depois de bará é o próximo a receber oferendas, aliás diga-se de passagem , estes dois orixás são os que mais trabalham dentro do panteão africano. Algumas qualidades de Ogum trabalham de acordo com o Orixá Bará, citemos como exemplo Ogum Avagãm, que tem seu assentamento junto com Bará Lodê, e sua morada é na frente do terreiro, do lado de fora da casa. Na Nação Ijexá também cultuamos Ogum Onira e Ogum Adiola, este último é um guerreiro guardião que trabalha na beira da água aos mandos de Oxum Iemanjá e Oxala. Qualquer sacerdote de Orixá tem que ter Ogum em seus assentamentos, pois este é o dono do axé de facas; suas cores são o vermelho e verde, seu dia da semana é quinta-feira, seu sincretismo aqui no sul é com São Jorge. Ogum é o protetor dos Policiais e dos soldados.

Iansã

Orixá dos ventos e das tempestades, foi esposa de Ogum, o qual deixou por amor a Xangô; dos Orixás femininos é a mais guerreira; Iansã é associada a sensualidade. Tanto acompanhou Ogum quanto Xangô em suas batalhas, é a dona das relações sexuais.

Certas Iansãs são ligadas ao culto dos eguns (espíritos dos mortos), é o Orixá que comandas o Balê junto com Xangô.

As filhas de Iansã são audaciosas, poderosas, autoritárias, se contrariadas em seus objetivos deixam levar a manifestações de extrema cólera. A espada também é seu símbolo, representando seu caráter guerreiro; divide com Xangô o poder sobre o raio; sua cor é o vermelho e branco seu dia são terça e quinta-feira. Seu sincretismo é com Santa Bárbara.

Xangô

Orixá do raio e do trovão, senhor da justiça, é um dos mais cultuados no Brasil. No Rio Grande do Sul cultuamos: Xangô Ogodô, Xangô Aganju e Xangô de Beije.

Xangô Ogodô é sincretizado com São Jerônimo, Aganju com São Miguel Arcanjo e Xangô de Beije com Cosme e Damião. Sua comida preferida é o Amala.

Este orixá representa a sedução masculina, já que teve como mulheres três iyabás, 0xum, Oba e Iansã. È o protetor dos estudiosos, intelectuais, dos Advogados, Juízes e tudo que se relacione com justiça. Sua cor é o vermelho e branco seu dia da semana é terça-feira, sua saudação é Kaô Kabiecilê!

Ibêje - Ìbeji

Ibêje, na Nação Ijexá, cultuada no sul do Brasil, são entidades Gêmeas que formam um único orixá, permanentemente duplo, (formado por duas entidades distintas), que coexistem, representando o princípio básico da dualidade. São Orixás crianças; seu assentamento é feito em "vultos" (orixás feito em madeira). São os Deuses gêmeos de grande prestígio no sul , como em todo Brasil, a maior homenagem aos ibêjes consiste numa mesa (toalha arreada no chão) na qual se serve somente crianças até sete anos de idade, para comerem canja feita das aves que foram sacrificadas aos ibêjes , e doces de toda qualidade, ganham brinquedos, balas, pirulitos etc.

Odé

Odé é o orixá das matas e florestas onde vive a caçar; é o protetor dos caçadores; seus filhos são espertos, rápidos e atentos, tomam conta de um lar perfeitamente, buscando tudo para alimentar seus dependentes. Qualquer expedição que envolva caça, é bom oferendar Odé para obter bons resultados.

Este Deus representa a fartura das matas, seu símbolo é o arco e flecha, sua cor é o azul marinho, seu dia da semana é segunda-feira, seu sincretismo no sul é com São Sebastião.

Otim

Orixá que acompanha Odé, vive no mato a caçar junto com seu companheiro, come toda espécie de caça. Junto com Odé também é dona da pontada pneumonia, no Brasil esta iyaba é muito pouco cultuada; Aqui no Rio Grande do Sul o culto á Otim ainda se mantém e quase todos sacerdotes tem os assentamentos de Otim entre seus Orixás, mas mesmo assim é raro ver filhos de Otim.

Obá

Obá, é uma das mulheres de Xangô, Orixá guerreira, que por ser fisicamente forte, é muito respeitada pelos Orixás masculinos; Quando Obá se tornou mulher de Xangô surgiu grande rivalidade com oxum, a qual lhe pregou grande peça que lhe custou a perda de uma das orelhas. Obá reponde pelos amores com perturbações, ciúmes, desonra e falsidade. Para nós aqui no Rio Grande do Sul ela é a dona da navalha, do corte, da roda e da direção. É protetora dos motoristas, as seguranças para automóveis são feitas para Obá; é dona também do enxume. È o Orixá feminino associado as lutas, seu ritual se perdeu com a falta dos antigos sacerdotes, não é muito fácil encontrar filhos de Obá.

Seu dia da semana na nação Ijexá é segunda-feira, sua cor é o marrom é sincretizada com Santa Catarina.

Ossain

É o nosso médico da Religião Africana, é o dono das plantas medicinais, sua importância é fundamental nos ritos africanos desde uma simples lavação de cabeça até o assentamento de orixás começam com o uso de suas ervas.

Geralmente os filhos de ossain tem as mãos boas para fazer trabalhos para cura de enfermos, seus filhos tem caráter equilibrado, capazes de ouvir e dar bons conselhos.

Todas as ervas, chás, folhas e vegetação pertencem a Ossain; é ele quem libera a propriedade mágica das folhas. Sua cor é o verde claro, seu dia da semana na nação Ijexá é segunda-feira.

Xapanã

Deus da varíola e de todas as doenças contagiosas, senhor da saúde e das doenças, pois tanto pode produzir as doenças como curá-las; este é o Orixá do sofrimento, e com sua ajuda pode-se ter grande triunfo em toda e qualquer dificuldade.

Xapanã, embora seja Rei de Jejê, é muito cultuado na nação Ijexá; trabalha nos matos e cemitérios, xapanã é associado a morte; fuma cachimbo; é o dono da vassoura, com que varre os males dos nossos caminhos, é o legitimo dono da limpeza. Na maioria dos trabalhos de religião que envolva limpezas sempre Xapanã é reverenciado.

Sua cores são o vermelho e preto, roxo, lilás e sua vassoura para trabalhos tem sete cores, é sincretizado com Nosso Senhor dos Passos, seu dia da semana na nação Ijexá é quarta-feira.

Oxum

Orixá das águas doces rios, lagos e cachoeiras; Oxum representa a beleza, dona da aliança, da união , do amor, do casamento, da alegria e da felicidade.

Oxum é a rainha da nação Ijexá; é deusa da fertilidade, é dona do ouro e de todas as jóias preciosas. Das esposas de Xangô, Oxum é a mais amada, é a iyaba mais vaidosa do panteão africano. Tudo que se relacione a alegria e a riqueza tem a ver com Oxum. Também é protetora das crianças; os casais que tem dificuldades para terem filhos tem que se apegar com Oxum, ela é a Deusa da fertilidade, é a mãe que ajudou a criar todos os filhos de Iemanjá, ela controla a fecundidade e o ventre materno. Oxum, é a senhora elegante, de muitas jóias, deusa da prosperidade e da fartura; sua cor é o amarelo, seu dia da semana é o sábado, seu sincretismo é com diversas Nossa Senhora.

Iemanjá

Mãe poderosa, que governa os oceanos, dona da mente e do pensamento, dona da viagem e das mudanças.

Iemanja é a mais popular dos Orixás no Brasil, representa o mar. De seu ventre nasceram a maioria dos Orixás, é esposa de Oxala, senhor da criação, ela é freqüentemente representada por uma sereia, principalmente na Umbanda, ela representa a mãe, a família, senhora imponente, se contrariada não tem quem a acalme. A dança de Iemanja é solene e cheia de ondulações, seu dia da semana é sexta-feira, sua cor é o azul, no Sul é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes, inclusive, uma das maiores homenagens feita para Iemanja é no dia dois de fevereiro, dia da Santa católica.

Oxalá

O grande Orixá, o mais elevado do panteão africano depois de Olurum, senhor da criação do mundo e dos homens. Oxalá é o pai de todos os deuses africanos, usa branco é o patrono da paz, grande chefe da ciência espiritual, Deus purificador, senhor das águas doces.

Oxalá é representado por um velho encurvado, mas, de compostura serena, benévola, que tem resposta para tudo, é o sábio do universo.

Também cultuamos o Oxala jovem, que em sincretismo seria Menino Jesus de Praga, este se manifesta em seus filhos dançando como um moço e tem as mesmas funções do Oxalá velho.

Oxalá usa o cajado que representa o poder, é o orixá da transformação da natureza.

Sua cor é o branco, é sincretizado no Sul com Divino Espírito Santo e Nosso Senhor do Bom Fim, seu dia da semana (no sul) é domingo.

Outros Orixás

É bom deixar bem claro que, o que relatei aqui neste site, são aprendizados dentro do culto na nação Ijexá, cada terreiro tem os seus costumes e maneiras diferentes de tratar seus Orixás, é um particular de cada nação e de cada casa seguir aquilo que lhe foi passado por seus sacerdotes; respeito os fundamentos diferentes dos meus, pois a cada cabeça uma sentença, talvez nem todos que lerem o que aqui está escrito concordarão; contudo seguirei aquilo de que foi passado durante os vinte e um anos de aprontamento que tenho; convivi no meio de batuqueiros velhos como Pai Pedro de Iemanja, Mãe Antonia de Bará, Preta de Oxala, Miróca de Xangô, Ademar de Ogum, Nininho de Ogum, Pai Araci de Odé, Almiro de Bará, Delurdes de Oxum, Branca de oxum entre muitos outros, os quais tenho grande respeito e agradecimentos com aqueles que alguma coisa me passaram e que me ajudou na minha caminhada. No Rio Grande do Sul a maior nação ainda é a do Ijexá, isto não quer dizer que todas as casas de Ijexá tem que fazerem exatamente igual os axés para os Orixás, cada um tem uma coisinha diferente para acrescentar ou modificar, e isto é válido depende do que nos foi passado, se está indo bem assim para que mudar? Só porque achou bonito o que viu na casa do outro? Não é bem assim cada casa de religião tem sua maneira de proceder e no final todos chegam a mesma luz.

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